Prefeitura de Sorocaba anuncia a 6ª Marcha em comemoração ao Mês da Visibilidade Trans no dia 29 de janeiro
A caminhada é uma realização da ATS (Associação de Transgêneros de Sorocaba), que contará com apresentações artísticas gratuitas na Praça Frei Baraúna e no Parque “Carlos Alberto de Souza” a partir das 13h30. O percurso começa às 17h, terá aproximadamente 3 km e é livre a todos os públicos.
A 1ª edição da Marcha Trans de Sorocaba ocorreu em 2018, 14 anos após o dia 29 de janeiro ter sido designado, pelo Ministério da Saúde, como data oficial da luta da comunidade trans pelos direitos, negados historicamente, de ter sua identidade reconhecida e respeitada por todo Brasil. O marco para este acontecimento se deu quando foi lançado, no Congresso Nacional, uma campanha inédita chamada “Travesti e Respeito”, que fala sobre resistência contra a transfobia.
Desde então, janeiro foi definido como o mês da celebração à visibilidade de todos os transgêneros e travestis brasileiros, por mais que a discussão sobre os estigmas e a violência sofrida por esta população deva ter relevância durante o ano inteiro, afinal, o Brasil ainda é o país com o maior número de assassinatos contra pessoas trans no mundo, dados que só aumentam anualmente.
Em contraponto a este fato, a representatividade trans cresce cada dia mais através de produções artísticas, tais como filmes e séries – com enredos que abordam o tema e/ou que têm em seu elenco atores e atrizes transgêneros -, músicas, livros, artes plásticas, artes gráficas, etc. No meio musical, um destaque recente que vale a pena mencionar é a conquista, pela cantora Liniker, do prêmio de “Melhor Álbum de Música Popular Brasileira” na edição de novembro de 2022 do Grammy Latino. Tal ato histórico, além de ter sido aplaudido de pé pelos outros artistas presentes no evento, se tornou tema de uma das questões da prova para o cargo de Policial Militar do estado da Bahia, em 2023.
No contexto político, neste ano também houve um acontecimento importante para a história de nosso país: a posse de Erika Hilton, primeira mulher trans a receber o cargo de deputada federal pelo estado de São Paulo, com mais de 256 mil votos. Em suas pautas, Erika sempre incluiu medidas de inclusão a pessoas negras e da comunidade LGBTQIAPN+.
Vemos que, para lutar contra a transfobia, não é necessário ser uma pessoa LGBT+. Há diversas ações que qualquer um pode fazer no dia a dia, como acompanhar e consumir o trabalho de pessoas trans, votar e até contratar transgêneros e travestis são ótimos jeito de dar visibilidade a essa população há tanto tempo marginalizada.
O tema da 6ª edição da Marcha Trans de Sorocaba é “(Trans) Afetividades: entre o acolhimento e o abandono”, cuja premissa é “promover a reflexão, o respeito e a visibilidade”. Vale salientar que outras prefeituras por todo país também anunciaram eventos em celebração ao mês do orgulho trans.